ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA
SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 11-11-1999.
Aos onze dias do mês de
novembro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
vinte horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da
presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia Internacional da Polônia, nos
termos do Requerimento nº 232/99 (Processo nº 3400/99), de autoria do Vereador
Isaac Ainhorn. Compuseram a MESA: os Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn,
respectivamente, 1º e 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre,
presidindo os trabalhos; a Senhora Antonina Coutinho Silveira, representando o
Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Marek Makowski, Cônsul Geral da
República da Polônia em Curitiba; o Senhor Mariano Hossa, Presidente da
Sociedade Polônia; o Deputado Estadual Iradir Pietroski. Ainda, como extensão
da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Longina Konat, Janina
Figurski, João Polanczyk, Fernando Zawislak, André Hamerski, Dimitri Demczuk,
Valmor Vedoy, Zenon Galeaki, Eva Koch, Fernando Sampaio, Mário Kardinski e de
integrantes da família Gardolinski. Também, foi registrado o recebimento de
correspondência alusiva à presente solenidade, de autoria do Delegado Luiz
Fernando Tubino; do Senhor Adão Carlos Polonia Lemos; do Senhor Victor
Faccioni; do Deputado Edemar Vargas; do Senhor Arnaldo Luiz Dutra; e da
Embaixada da República da Polônia, de Brasília. A seguir, o Senhor Presidente
convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional Polonês e do
Hino Nacional Brasileiro, interpretados pelo Coral "Polonus", da
Sociedade Polônia, sob a regência do Maestro Goy Komosinski. Em continuidade, o
Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da
Casa. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB, discorreu sobre as
ligações pessoais que mantém com pessoas de origem polonesa, dizendo ser o povo
polonês um povo heróico, cuja história foi permanentemente "permeada de
sofrimento, mas sempre cheia de altivez e dignidade", marcada pelo
trabalho, patriotismo e respeito com seus semelhantes. O Vereador Elói
Guimarães, em nome da Bancada do PTB, saudou, através do nome do Médico João
Polanczyk, a comunidade polonesa residente em Porto Alegre, salientando a
contribuição dada aos gaúchos por essa comunidade e relatando, em especial, o
trabalho na área da saúde realizada pelo Médico João Polanczyk. O Vereador
Isaac Ainhorn, em nome das Bancadas do PDT, PSDB, PMDB, PSB, PFL e PPS,
comentou a participação da Sociedade Polônia na elaboração da lei que instituiu
o dia onze de novembro como data nacional da Polônia, a ser comemorada
anualmente na Cidade. Ainda, declarou-se descendente de judeus poloneses,
registrando a força da cultura polonesa em nosso País. O Vereador Adeli Sell,
em nome da Bancada do PT, destacando que Porto Alegre compõe-se de várias etnias
e nacionalidades, atentou para a importância da instituição, pela Casa, do Dia
Nacional da Polônia, falando sobre o significado da convivência fraterna e
positiva para o desenvolvimento de uma comunidade. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Inácio José Kornowski, responsável pelo
Coral "Polonus", que apresentou número musical interpretado pelo
Coral "Polonus", sob a regência do Maestro Goy Komosinski. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Mariano Hossa
e ao Senhor Marek Makowski que, em nome da comunidade polonesa, agradeceram o
registro efetuada pela Casa, referente ao Dia Nacional da Polônia, discorrendo
sobre a história da nação polonesa e a luta do povo polonês na construção dessa
história. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Salim
Paulo, Presidente da Associação Gaúcha dos Peritos Legistas, representando a
Sociedade Libanesa. Após, convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução
do Hino Rio-Grandense, interpretado pelo Coral "Polonus", sob a
regência do Maestro Goy Komosinski, agradeceu a presença de todos e, nada mais
havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e
cinqüenta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de
amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Adeli
Sell e secretariados pelo Vereador Isaac Ainhorn, 2º Secretário. Do que eu,
Isaac Ainhorn, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estão
abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia
Nacional da Polônia.
Convidamos para compor a
Mesa a Sra. Antonina Coutinho Silveira, representante do Sr. Prefeito Municipal
de Porto Alegre; Sr. Marek Makowski, Cônsul Geral da República da Polônia em
Curitiba; Sr. Mariano Hossa, Presidente da Sociedade Polônia e o Sr. Deputado
Estadual Iradir Pietroski, representando a Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul.
Convidamos todos os
presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Polonês e o Hino Nacional
Brasileiro, que serão interpretados pelo Coral Polonus, da Sociedade Polônia,
sob a regência do Maestro Goy Komosinski.
(Executam-se o Hino Polonês
e o Hino Nacional Brasileiro.)
Agradecemos ao Coral
Polonus, da Sociedade Polônia, e ao seu regente, Maestro Goy Komosinski.
Anuncio várias comunicações
de pessoas que gostariam de estar presentes a esta solenidade, mas que ficaram
impossibilitadas: Deputado Edemar Vargas, da Assembléia Legislativa do Estado;
Sr. Víctor Faccioni, Ex-Deputado Federal, hoje no Tribunal de Contas do nosso
Estado; Embaixada da República da Polônia, de Brasília; Delegado Luís Tubino,
Chefe da Polícia Civil; Sr. Adão Carlos Polonia Lemos, em nome do Comando da
nossa Brigada Militar; Engenheiro Arnaldo Luiz Dutra, Diretor-Geral do DMAE.
São pessoas que se manifestam, solidarizando-se com este ato solene do Dia
Nacional da Polônia.
(Obs.: Como extensão da
Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Longina Konat, Janina
Figurski, João Polanczyk, Fernando Zawislak, André Hamerski, Dimitri Demczuk,
Valmor Vedoy, Zenon Galeaki, Eva Koch, Fernando Sampaio, Mário Kardinski e de
integrantes da família Gardolinski.)
O Ver. João Dib está com a
palavra pela Bancada do PPB.
O
SR. JOÃO DIB: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) É, talvez, muito difícil no Dia
Nacional da Polônia -, que esta Casa há de registrar permanentemente - falar
sobre este povo heróico.
É longa a história polonesa,
sempre permeada de sofrimento, mas sempre cheia de altivez e dignidade.
Nos últimos 60 anos - apenas
para contar 60 anos - em 1º de setembro de 1939, a Polônia era invadida, a
oeste, pela Alemanha, que tomava conta de Varsóvia, e as forças russas, pelo
leste, tomavam conta do resto da Polônia. E a Polônia, sacrificada, não perdeu,
em momento nenhum, sua altivez, a sua operosidade, a sua dignidade e se fez
respeitar, no mundo, pelas figuras que marcaram suas presenças, pelo trabalho,
pelo patriotismo e pelo seu respeito com seus semelhantes.
Eu não tenho muitas coisas
com o povo polonês, sou de ascendência libanesa, e o Rio Grande do Sul, Sr.
Cônsul, tem o maior caldeamento de raças nos seus 250 mil km², nos seus 10
milhões de habitantes. Talvez, por isso, nós tenhamos uma população que recebe
bem todos aqueles que chegam ao nosso Estado e à nossa Cidade.
Este Vereador é pai de três
filhos de mãe polonesa, que, nascida na Polônia, veio para este País com oito
anos de idade. Meus três filhos, portanto, também têm ascendência polonesa:
dois médicos e um economista que, hoje, mora em Londres.
Se eu estou, aqui, de pé
nesta tribuna, - não é muito fácil Sr. Cônsul, de maneira nenhuma é fácil - eu
devo a alguém de ascendência polonesa e que tinha muito orgulho dessa
ascendência. Eu pude constatar junto a sua esposa polonesa, ao seu sogro
polonês, que conheci em Londres, mas depois veio para Porto Alegre também: o
Dr. Ricardo Gavenksi, uma pessoa que no momento em que fui baleado, se tornou
um irmão para mim, porque naquele momento em que ele fez a minha cirurgia, ele
me acompanhou até o último minuto da sua vida. Se vivo fosse, no dia 04 deste
mês, ele estaria completando 70 anos. Quando fui para a Inglaterra, ele foi
junto comigo. Levou-me e, lá na Inglaterra, o Prof. Walsh, que dirigia o
hospital para onde eu fui, quando voltei, disse para mim: “O senhor pode voltar
para o Brasil, porque o médico Ricardo Gavenski é uma figura extraordinária e o
senhor viu que aqui neste hospital vêm médicos de todo o mundo para fazer
cursos; agora, igual ao seu médico Dr. Ricardo Gavenski eu não conheci nenhum.
Eu falei com ele e ele falou durante 45 minutos e, passados os 45 minutos, eu
não pude dizer uma única palavra: eu só pude dizer para ele que ele adivinhava
as perguntas que eu ia fazer e respondia antes que eu as pronunciasse. Eu só
pude dizer para ele: Vamos ver o paciente, e tudo aquilo que ele tinha colocado
era verdade, era correto. Eu não tinha nada o que fazer, apenas continuava
fazendo aquilo que ele tinha prescrito. E eu fiquei lá dois meses. Quando
voltei, ele continuou me atendendo com o mesmo carinho, e logo depois ele
faleceu e, hoje, uma rua no Parque Minuano leva seu nome.
Mas isso que eu lembrei desta
figura maravilhosa, extraordinária, é para, na pessoa do Dr. Ricardo Gavenski,
Sr. Cônsul, fazer uma homenagem aos poloneses e a todos aqueles que têm
ascendência polonesa e a todos aqueles que convivem conosco neste País
maravilhoso que é o Brasil, especialmente no nosso Rio Grande do Sul e que
sabem, antes de tudo, quando aqui chega um gaúcho como nós somos todos, sabem
amar Porto Alegre, sabem amar o Rio Grande, sabem amar o Brasil. Isso é muito
bonito. É um País que pode ter o orgulho de ter dado ao mundo uma das figuras
mais extraordinárias, que é o nosso querido Papa João Paulo, o Papa, que dá
exatamente a dimensão dos poloneses, o Papa que não se pode dizer de qual país
ele é, pois ele é de todos os países. Ele ama a todos, tem grandiosidade com todos,
se preocupa com o fraco, com o oprimido, se preocupa com quem precisa.
Um país que pode ter dado um
homem da estatura de João Paulo não precisaria de mais nada para poder se
orgulhar. Mas a Polônia tem mil razões para se orgulhar, além dos seus filhos,
suas terras, sua gente, seu trabalho, sua independência, sua força, sua
dignidade e sua honra.
Eu espero, Sr. Cônsul, que
V. Exa. receba e sinta também o carinho de todos nós, porto-alegrenses, com a
sua terra e, especialmente agora com V. Exa.
Saúde e paz. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra pela Bancada do PTB.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero, em citando o nome
de uma pessoa, citar o nome de todos, pelo que ela representou e representa
para a Cidade de Porto Alegre: o Dr. João Polanczyk, médico.
Um dos nomes cuja
contribuição à saúde, à Cidade de Porto Alegre é, diria., Sr. Cônsul, de
significação infinita, posto que, em um momento dos mais difíceis por que
passava uma das maiores instituições, a Santa Casa de Misericórdia, ali, num
determinado momento, chegavam as mãos abençoadas do Dr. João Polanczyk,
juntamente com o Cardeal Vicente Scherer. Juntos, eles tiraram a Santa Casa daquela
situação e a transformaram. Hoje a Santa Casa deve, evidentemente, a tantos
outros, à Cidade, mas deve, especialmente, a uma pessoa que já não está em
nosso meio, o Cardeal Vicente Scherer, e também ao Dr. João Polanczyk, pelo que
fizeram pela Cidade de Porto Alegre. Citando o nome do Dr. João, eu quero
homenagear a todos os aqui presentes.
Sr. Presidente, o discurso
básico de abertura será, embora invertendo-se as posições, do Ver. Isaac
Ainhorn. É que o Ver. Isaac Ainhorn, este Vereador, o Ver. João Dib e outros
Vereadores estivemos, hoje, fazendo uma Sessão Solene - por isso o nosso atraso
- na Feira do Livro, entregando o título de Cidadã de Porto Alegre à escritora
Lya Luft e também o troféu Mário Quintana ao escritor Moacir Scliar.
Esta Casa se reúne, hoje,
com este segmento tão importante da nossa comunidade e do nosso Estado, que é a
Colônia Polonesa, para saudar o seu dia nacional de resgate, o seu dia nacional
de fé, o seu dia nacional de luta, porque, Sr. Presidente e demais presentes a
este ato, a sentença do Reich foi
implacável. Era pedra sobre pedra. E dizia, que se faz necessário tirar as
recordações da Polônia, porque se tirarmos as recordações da Polônia, na
segunda geração ela não será mais Polônia e não será mais geração.
O Führer cometeu um
gravíssimo, um lamentável crime contra à humanidade, e um pecado inaceitável.
Talvez não conhecesse, ele, o sangue que corre nas veias do polonês e da Nação
Polonesa. A Polônia foi destruída, Varsóvia, enfim, todo seu parque, mas ela se
levanta, como a Fênix, da cinzas e se reestrutura e se organiza. E, na medida
em que os tempos vão passando, ela vai-se reconstruindo.
E nós, aqui do Rio Grande do
Sul, prezado Cônsul, somos extremamente gratos aos poloneses pela imigração,
pela contribuição significativa e magnífica que trouxeram, um verdadeiro
caldeamento e uma miscigenação que se deu com a nossa gente, com o nosso povo.
Houve, também outras correntes migratórias.
Nós temos Municípios que são
verdadeiros pedaços da colônia. E há um que eu gosto muito, talvez pela
amizades que lá tenho com os poloneses, que é Dom Feliciano. Lá, andando,
tem-se a impressão de que se está andando na própria Polônia, pelo sentimento,
pela alma, pela vibração, pela bravura do polonês.
Quando toca a campainha, o
nosso tempo é limitado, e todos sabem que o orador deve parar. Gostaríamos de
continuar refletindo sobre esse dia histórico à heróica Colônia Polonesa, que é
a data nacional da Polônia, mas nós temos que encerrar, mas não sem antes
dizer, Sr. Cônsul, leve à Polônia, através de sua sede em Curitiba, no Paraná,
o agradecimento do povo gaúcho, não somente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, mas de todo povo gaúcho, à contribuição, nos mais diferentes setores de
atividade que deram as correntes migratórias polonesas que, hoje, se
miscigenaram numa composição. Estão aí os gaúchos-poloneses atuando nos mais
diferentes setores. Uma menção já fiz, no preâmbulo de minha homenagem, ao Dr.
Polanczyk, e poderíamos enumerar contribuições magníficas dadas pelos
poloneses, afinal há um caldeamento. Não há família que não tenha um parente
político, de sangue, de cruzamento, que não tenha o sangue da Polônia e dos
nossos irmãos poloneses.
Fica a homenagem do Partido
Trabalhista Brasileiro às contribuições magníficas, significativas e relevantes
que nos dão, a todo o dia, nesse congraçamento permanente, na formação da nossa
pátria comum, o Brasil.
O nosso agradecimento,
portanto, a esse povo bom e generoso, hoje cruzado com brasileiro e com tantos
caldeamentos que vieram a esta terra bendita, que é o Brasil; a esta terra
bendita, que é Porto Alegre e a esta terra bendita que é o Rio Grande do Sul.
Sr. Cônsul, leve a homenagem
de gratidão da Câmara Municipal de Porto Alegre no Dia Nacional da Polônia, à
Colônia Polonesa, por suas diferentes representações; à Sociedade Polônia, que
congrega os poloneses e, enfim, tantas sociedades pelo Rio Grande do Sul afora.
Quando um Vereador fala
aqui, ele está falando em nome da Cidade, então, é povo de Porto Alegre que
agradece muito aos poloneses pelo que contribuíram e pelo que haverão de
contribuir para o desenvolvimento da nossa Cidade e do nosso Estado. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn, proponente desta Sessão Solene em homenagem ao Dia Nacional da
Polônia, está com a palavra, para falar em nome da sua Bancada, o PDT, e em
nome das Bancadas do PSDB, PMDB, PSB, PFL e PPS, com representação nesta Casa.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Não me constituo mais num proponente desta Sessão Solene, uma vez
que hoje a Cidade de Porto Alegre dispõe de uma Lei, sancionada em outubro de
1999, que define o dia 11 de novembro como data nacional da Polônia, a ser,
anualmente, comemorada na Cidade de Porto Alegre. O dispositivo seguinte
estabelece que o Legislativo Municipal desta Cidade, o Poder Executivo, a
Sociedade Polônia e a Representação Diplomática da Polônia, sediada no Brasil,
se encarregarão de anualmente celebrar os atos alusivos à comemoração desta
data. Esta é a disposição, e ela nasceu fruto da determinação, da disposição,
do trabalho coordenado na Cidade de Porto Alegre por uma comunidade que é
representada pela Sociedade Polônia.
No ano passado, tivemos a
oportunidade, nesta mesma época, de comemorar o centenário dessa instituição.
Falar-se na comunidade polonesa em Porto Alegre é necessariamente falar da
Sociedade Polônia; é falar do Quarto Distrito; é falar da Igreja vinculada à
comunidade polonesa no Quarto Distrito; é falar nas danças e na preservação das
tradições da cultura e da culinária polonesa. Tudo isso são profundas raízes
culturais. Ainda hoje, e me orgulho de dizer, o nosso Cônsul Marek nos dizia
que lamentava que Curitiba, onde está sediado o seu Consulado, onde existem
trezentos mil poloneses, não dispõe de um restaurante com o padrão e a
qualidade do nosso Restaurante Polska. Preservar as tradições, preservar a
cultura é o esforço que fazemos aqui na Cidade de Porto Alegre e no Estado. São
as tradições cultuadas e preservadas na música, nas danças típicas, no amor à
música erudita que tem o símbolo, que para nós é universal, na magia de Chopin
e no seu profundo amor à terra Polonesa que, quando saiu da Polônia para o
exílio, não se esqueceu de guardar um pouco daquela terra que ele tanto amava.
Essa é a Polônia que hoje queremos cultuar, e a mim diz muito de perto, e sabe
disso o Sr. Cônsul, sabe disso o nosso Mariano, a direção e a comunidade
polonesa com quem tenho a honra de conviver no curso desses anos e aprender
muito com esta comunidade.
Sou filho de judeus
poloneses, vindos antes da maior tragédia que se abateu na história da
humanidade, que foi o holocausto e que, para nossa tragédia, teve como um dos
cenários mais tristes os campos de concentração, muitos deles localizados na
terra sagrada da Polônia, depois da invasão nazista. O polonês, talvez, seja um
dos povos que mais cultuam e mais buscam aquilo que é o mais sagrado na vida
humana, que é a permanente busca da liberdade e essa busca da liberdade é tal
que passou por momentos dos mais difíceis. A História da Polônia é uma história
de luta, de sofrimentos, de um povo que enfrentou intervenções, invasões no
século passado, neste século, a invasão de setembro de 1939, e a intervenção
nazista da Alemanha. Depois de 1945, quando imaginávamos viver um clima de
liberdade, sofremos a invasão soviética. Orgulho-me de dizer: eu sou um
descendente de poloneses, tenho minhas raízes na Polônia e me orgulho das
minhas raízes judaicas, da minhas raízes polonesas e da identificação profunda
que tenho com a Pátria Brasileira.
Hoje, felizmente, vivemos
uma mudança cultural fantástica na história da humanidade. Talvez, há 30 anos,
meu caro Mariano, se alguém dissesse que tinha uma dupla fidelidade, a dois
países, seria acusado de crime da alta traição. Hoje, buscamos, cada um, as
nossas raízes duplas, triplas, os franco-brasileiros, os ítalo-brasileiros, a
beleza dos poloneses.
Eu conversava com o Sr.
Cônsul Marek e ele me afirmava que a Polônia reconhece a dupla cidadania dos
poloneses que não residem na Polônia. Isso é uma mudança extraordinária.
Passados mais de cem anos do
processo de imigração polonesa para o Brasil, a presença da cultura polonesa
aqui é muito grande e a identificação com as raízes polonesas se expressa nesse
congraçamento maravilhoso, porque a comemoração do Dia Nacional da Polônia, na
Cidade de Porto Alegre, meus caros Vereadores, minhas senhoras e meus senhores,
não é um fato artificial, é uma realidade decorrente da presença inquestionável
da comunidade polonesa na terra brasileira, no solo rio-grandense, em Guarani
das Missões, em Erechim, em Porto Alegre, no 4º Distrito, em Dom Feliciano, em
tantos outros locais do nosso Rio Grande. Junto com a presença alemã, a
italiana, a presença polonesa se constitui uma das fortes presenças de etnias.
E o que estamos buscando, nesse verdadeiro cadinho racial, que é o nosso Rio
Grande, é a plena síntese da integração das etnias e em cada um tem o senso do
coletivo e da compreensão desse conjunto que formamos nesse cadinho racial, sem
perder as nossas raízes e a nossa identidade às nossas origens. Esse é o perfil
do mundo moderno em que vivemos e o Rio Grande, com certeza, dá lições
extraordinárias, dá lições ao mundo, de convivência, de entendimento, de
entrelaçamento.
O fator religioso, na
Polônia, também tem uma forte presença e é muito importante. E o espírito
ecumênico que presidiu os atos, sobretudo no final dos anos 50, com as posições
do Papa João XXIII, vindo até hoje ao nosso Santo Papa polonês, quebrando quase
que uma tradição milenar de papas de outras origens, o Papa João Paulo II é um
símbolo, hoje, no mundo inteiro, de busca de entendimento, de integração e de
um clima de solidariedade.
Sr. Presidente, nossos
homenageados, comunidade polonesa aqui presente, nossa profunda honra, nossa
profunda satisfação em estarmos vivendo um momento tão importante para a Cidade
de Porto Alegre, para o contexto da integração polonesa/brasileira. Reitero,
mais uma vez, ao final do meu pronunciamento, que o Dia Nacional da Polônia, 11
de novembro, não é uma deliberação que nasceu apenas por força de uma lei
imposta, porque essa lei nasceu como uma aspiração do conjunto da sociedade
porto-alegrense, hoje expressa nessa magnífica solenidade, neste dia tão importante
para a nossa sociedade, que estamos vivendo aqui, no Legislativo Municipal.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Solicito
ao Ver. Isaac Ainhorn que assuma a presidência da Sessão para que eu possa
falar em nome de minha Bancada.
O
SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para falar em nome da Bancada do PT.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Para mim é uma grande honra representar, aqui, os doze Vereadores
da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Não falarei, Ver.
Isaac Ainhorn, da história da Polônia, porque qual a polonesa, qual o polonês
que não sabe de sua história? Aqui também temos alguns mestres que sem dúvida
nenhuma nos dariam grandes lições, e, sem dúvida nenhuma, dão grandes lições
com o que escrevem, com o que dizem.
Gostaria de falar um pouco
do nosso sentimento, do sentimento de brasileiros em aceitar, em acolher as
pessoas, as várias etnias que para cá vieram. Alguns, desesperadamente, porque
tiveram que fugir de seu solo como muitos e muitos poloneses e polonesas. Foi a
minha terra, Santa Catarina, eu nasci em uma cidade muito próxima de Brusque,
que acolheu, talvez, os primeiros poloneses. Mas, depois, ao residir em uma
pequena cidade no Oeste do mesmo Estado, conheci outros poloneses e me chamava
a atenção que, às vezes, se falava em polacos. Eu ficava com aquele misto,
aquela coisa de angústia, sem saber se era algum preconceito ou se era também
uma palavra carinhosa. Para mim, sem dúvida nenhuma, polonês, polonesa, polaco,
polaca é sempre uma palavra de carinho, porque somos irmãos, irmãs. Aqui, em
Porto Alegre, hoje, tenho o prazer de representar uma parcela significativa de
nosso povo, povo que nós Vereadores representamos. Esta Cidade acolheu várias
etnias, e o seu Delta do Jacuí, este rio-lago, abriu-se e se abre para todas as
nacionalidades. Aqui convivemos na maior harmonia com polonesas e com
poloneses.
Assim é o Rio Grande do Sul,
e o Ver. Isaac Ainhorn já mencionava Dom Feliciano, a região de Erechim, a
região das Missões, enfim, em qualquer lugar, esta terra tem um grande mérito,
ela é uma terra que se abre para quem vem de fora, integra quem vem de fora.
Nós precisamos fazer com que
essa harmonia que se criou neste País, neste Estado e nesta Cidade seja um
exemplo para o Mundo: a convivência fraterna das etnias, das nacionalidades. É
muito bom amar a nossa terra, onde eu nasci e muitos de vocês nasceram, mas
aqueles que deixaram seus parentes, seus ancestrais em outra terra, amar também
um pouco aquela terra que lá ficou, porque lá também temos irmãos, irmãs. Para
nós Chopin é um irmão, o Papa é outro irmão, sem dúvida nenhuma. Eu me lembro
no meu tempo de estudante, Professor Walter, Professora Eva Koch que estão
aqui, daqueles momentos da Polônia em ebulição, nos fins dos anos 70, com Lech
Walesa e outros. Hoje não temos muros que nos separam, porque muros não pode
haver, nós temos que ser um único mundo, um mundo irmanado.
Eu tenho certeza, Ver. Isaac
Ainhorn, Ver. João Dib, Ver. Elói Guimarães, Ver. Jocelin Azambuja, que, ao
instituirmos o Dia Nacional da Polônia, em Porto Alegre, estamos dando um
exemplo para outras cidades, para o Brasil, porque aqui se vive em harmonia e,
para isso, devemos trabalhar. Daqui a pouco, entraremos numa nova década, num
novo século, num novo milênio e devemos ser lembrados, no futuro, como aqueles
que abraçaram os seus irmãos e suas irmãs, com o seu canto, com a sua dança,
com as suas roupas coloridas, com sua elegância. Nós somos irmãos e queremos
todos aqui, por isso estamos aqui neste 11 de novembro. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Sr. Ignácio José Kornowski, responsável pelo Coral Polonus, está com a palavra.
O
SR. IGNÁCIO JOSÉKORNOWSKI: O
Coral Polonus, que reestréia hoje sob a regência de Goy Komosinski, procura
preservar aquilo que os nossos antepassados trouxeram, como bem frisou o Ver.
Isaac Ainhorn. O polonês gosta de cantar e de se divertir. O Coral interpretará
dois cânticos folclóricos; em primeiro lugar, o cântico Stanmy Bracia Wraz e, em segundo lugar, Hej Bystra Woda, uma canção montanhesa. Com vocês o Coral Polonus.
(Apresentação do Coral
Polonus que interpreta os cânticos.)
O Sr. Mariano Hossa está com
a palavra.
O
SR. MARIANO HOSSA: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Exmo. Vereador, amigo e irmão Isaac
Ainhorn, proponente da Lei nº 8353, que institui a data de hoje no calendário
do Município de Porto Alegre: o Dia Nacional da Polônia, homenagem conferida
por esta Casa e o Executivo Municipal à comunidade da etnia polonesa, alusiva à
data da independência da Nação Polonesa.
Cumprimentamos, também, o
Ver. Elói Guimarães e o Ver. João Dib, que, em boa hora e em bom momento, nos
lembrou o saudoso Dr. Gavenski.
Permita-me, ainda, Sr.
Presidente, fazer uma homenagem às pessoas que muito contribuíram e contribuem
para a colônia polonesa e para com a sociedade.
A Sra. Longina Konat,
Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Polônia; a Sra. Janina
Figurski, representando aqui os bravos imigrantes poloneses que têm tanto
contribuído para a formação cultural dos jovens e, hoje, ainda continua
colaborando com a Sociedade Polônia; o Dr. João Polanczyk, médico e dirigente
hospitalar que honrosamente representa os poloneses de Guarani das Missões e
que tão bem foi ressaltado pelo Ver. Elói Guimarães, com toda a justiça; o Sr.
André Hamerski, Vice-Presidente Nacional da BRASPOL, e que presta um grande
serviço no interior do Estado na divulgação da cultura polonesa, um belo
trabalho que jamais poderá ser esquecido; o Prof. Dimitri Demczuk, Professor
laureado da Universidade de Caxias do Sul; o Prof. Fernando Zawislak, Professor
de destaque mundial em Física Nuclear e nosso contemporâneo da ala moça; Dr.
Walmor Vedoy, Presidente da Associação dos Amigos do 4º Distrito; O Sr. Zenon
Galeaki, Benemérito da Sociedade Polônia e Presidente do Conselho Deliberativo
da Associação dos Amigos do 4º Distrito, com quem temos um relacionamento muito
fraterno; a Profa. Eva Koch e o Sr. Walter Koch, professora exponencial na luta
pela manutenção da escola da Língua Polonesa, ela que tem tanto lutado, nos
dado esse exemplo que nós procuramos seguir até hoje, embora a gente tenha
perdido um pouco o contato, mas continua conosco; Prof. Fernando Sampaio,
jornalista, pesquisador e historiador das causas polônicas com quem temos o
grato prazer de estarmos convivendo.
Lembraria, saudando aqueles
que construíram e já nos deixaram, o Eng. Edmundo Gardolinski e o Eng. Mario
Karpinski, está completando aproximadamente hoje um ano que nos deixou, de quem
temos muita saudade.
Senhores ex-combatentes, que
lutaram pela Polônia, foram de Porto Alegre para a Polônia, e os vemos na
platéia, saudamos a felicidade de ainda tê-los conosco.
Porto Alegre é uma cidade
cosmopolita, foi o Porto dos Casais e o Porto da Alegria, porque recebia de
todas as partes do mundo, navios carregados de emigrantes que aqui construíram
o seu futuro.
Esse nosso cais do porto,
esse pôr-do-sol, testemunharam uma história viva de muitos idiomas estranhos,
costumes diferentes, peles, olhos e cabelos simbolizando raças e culturas tão
distantes.
Por isso, Porto Alegre é
cosmopolita, porque foi aqui que tantos povos estranhos vieram, com tantas
diferenças, e só uma verdade: trabalhar para construir um futuro melhor.
Num dia como tantos outros,
os poloneses aqui chegaram e começaram a construir a sua história.
Em 1896, num velho galpão,
fundaram essa Sociedade, essa que veio a chamar-se Polônia.
Criaram a sua escola em
língua polonesa e utilizaram a capela Santa Família até construírem a sua
Igreja N. Sa. de Monte Claro (Matka Boska Czestochowka). Elegeram o então 4º
Distrito como sua “zona preferencial” e espalharam-se armazéns, artífices, ferreiros,
comerciantes por este bairro que depois ganhou a sua Avenida Polônia.
Ainda eram poloneses durante
as duas guerras mundiais e não se isentaram de lutar pela sua pátria; rapazes
ainda, saíram deste mesmo cais do porto para ingressar no Exército Polonês. Os
que ficaram aliaram-se à Cruz Vermelha Polonesa na remessa de donativos. Mais
tarde, sob o mesmo espírito, ergueram o Lar Mazimilian Kolbe, entidade
assistencial que garantiu a sobrevivência de tantos órgãos recolhidos sob as
pontes do Guaíba.
Essa é a etnia polonesa em
Porto Alegre. Em meio às Mazurcas e Polonaises de Chopin, movida por um
folclore alegre e uma riqueza cultural milenar mantém uma Sociedade Polônia e
uma tradição religiosa por mais de um século.
O Dia Nacional da Polônia no
calendário de eventos de Porto Alegre não se pretende uma data simbólica apenas
para marcar a Independência da República da Polônia, para os que não sabem.
Porto Alegre - Cidade cosmopolita, porque tem riqueza e diversidade cultural -
aberta para receber do mundo e aberta para mostrar ao mundo o que tem; grande o
suficiente para ter o que aprender, mas também grande o suficiente para ter o
que mostrar...
Mais uma vez, queremos
agradecer a esta Casa, em especial ao Ver. Isaac Ainhorn, e à Prefeitura
Municipal. Externamos nossos sinceros agradecimentos em nome da Sociedade
Polônia de Porto Alegre, bem como de toda a comunidade polonesa desta Cidade.
Tenho certeza de que também do Rio Grande, pois essa tão significativa
homenagem que nos foi concedida, a qual temos certeza, inserida no calendário
oficial do Município, é somente o ponto inicial, pois, a partir de agora,
propiciará a promoção de diversas atividades comemorativas alusivas à data, em
conjunto com esta Casa, com o Executivo Municipal, com o Consulado-Geral da Polônia,
com a Sociedade Polônia e com as demais entidades representativas da coletivida
polonesa local, propiciando, assim, a oportunidade de externar o sentimento
patriótico pela nossa pátria brasileira como também pela Polônia. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos
anunciar também a presença do Dr. Salim Paulo, Presidente da Associação Gaúcha
dos Peritos Legistas, que representa, também, a Sociedade Libanesa.
Nós temos, agora, a honra,
de convidar, para fazer uso da palavra, o nosso Cônsul-Geral da Polônia, em
Curitiba, Sr. Marek Makowski.
O
SR. MAREK MAKOWSKI: Exmo.
Sr. Ver. Adeli Sell, presidindo a Sessão de hoje. (Saúda os componentes da
Mesa.) Vereadores João Dib, Elói Guimarães e Isaac Ainhorn, gostaria de
agradecer as lindas palavras que ouvi, hoje, sobre os meus patrícios. Estou
muito comovido! É, para mim, uma grande honra poder participar desta Sessão.
Gostaria de parabenizar o Coral Polonus pelas lindas canções, pela linda
interpretação dos dois hinos.
No curso dos setenta e nove
anos de relações diplomáticas polono-brasileiras, o Brasil sempre foi, e
continua sendo, hoje, o mais importante parceiro político e econômico da
Polônia na América Latina. A história desse relacionamento começou já no século
XIX, quando a Polônia estava partilhada entre as potências vizinhas e não
existia no mapa da Europa.
Nos círculos intelectuais
brasileiros da época tinham a imagem da Polônia como a de um país heróico em
luta pela independência.
Durante sua estada em Paris,
Dom Pedro I participou em um dos teatros da cidade, de uma peça apresentada em
favor dos imigrantes poloneses do fracassado levante pela Independência da
Polônia, de novembro de 1830. O Imperador gritou, provocando entusiasmo na
platéia: “Viva Polônia”!
Em 1877, Dom Pedro II
aceitou sua eleição para membro de uma associação patriótica da imigração
polonesa na Suíça,.
Já no começo do século XX,
em 1907, durante a Conferência de Paz de Haia, o grande estadista brasileiro
Rui Barbosa declarou-se, ativamente, pela independência da Polônia.
Quando essa independência
finalmente veio ao povo polonês, depois de 120 anos de opressão, na data em que
celebramos hoje, em 11 de novembro de 1918, o Brasil foi o primeiro país da
América Latina a reconhecer oficialmente esse ato.
Como as digníssimas Senhoras
e Senhores podem ver, o relacionamento polono-brasileiro é bem tradicional e
sempre foi muito amistoso. A grande leva da imigração polonesa ao Brasil, que
começou em 1869 e terminou só após a II Guerra Mundial, criou um interesse
muito forte dos dois países em manter e desenvolver ainda mais esse nosso
convívio. A Polônia e os poloneses que aqui se instalaram contribuíram com sua
milenar cultura, seu trabalho, honestidade e persistência para o
desenvolvimento do Brasil. Provas dessa contribuição estão presentes também
aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na agricultura, comércio, culinária
e cultura.
A data de hoje e esta linda
homenagem oferecida pela Câmara Municipal de Porto Alegre, será mais um
importante marco na história das relações entre nossos dois países.
Cabe-me expressar o meu
sincero agradecimento ao idealizador do nosso encontro, o Ver. Isaac Ainhorn,
ao Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nereu D’Ávila; a todos
os Vereadores aqui presentes, às demais autoridades, à Sociedade Polônia e a
toda a comunidade polônica de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, que tudo fez
por merecer este dia. Bardzo Dziekuje. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Para
finalizar esta Sessão Solene, convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino
Rio-Grandense, interpretado pelo Coral Polonus.
(Apresentação do Coral
Polonus que interpreta o Hino Rio-Grandense.)
Convidamos a todos os
presentes para prestigiarem a exposição de fotos sobre a Polônia, apresentação
dos Grupos Folclóricos, em seguida, e para um coquetel oferecido pela Perdigão.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 21h50min.)
* * * * *